terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sobre Orirê e porque é que a gente chora...

Desde que acabou o V Encontro de Arte de Matriz Africana, desejava escrever algo sobre Orirê. Mas por onde começar? Enfim vou tentando, talvez fique inacabado...

Estávamos no saguão do Centro Municipal de Cultura, dispersos, agitados e de repente eles entram, mas não entram de qualquer jeito, entram sorrindo, com malemolência, com desenvoltura, provocando, despertando a curiosidade, vendendo e trazendo o espirito do teatro de rua, de feira, ops?!
 Mas aquele não era um espaço tradicional? Sim eu disse era!
 Durante pouco mais de uma hora o tempo foi suspenso, público e atores celebraram juntos a saga desse herói. Um herói negro, magistralmente interpretado pelo ator Rodrigo dos Santos, que mostra seu trabalho, seu talento, seu corpo e voz conectados e expressivo. Um elenco completo, de belas pessoas, belos atores, execelente trabalho de direção, concepção cenográfica, e a música que embala a trajetória deste herói é ao mesmo tempo forte e sutil. Um espetáculo digno de fazer parte de qualquer festival de Artes Cênicas.



E porque a gente chora ao assistir uma apresentação dessas ou durante a estreia de nossos trabalhos? Talvez seja pelo fato de termos a certeza que apesar de séculos de opressão, resistimos e juntos, com muito trabalho(sempre foi assim) conseguimos fazer e transformar nossas realidades. A gente chora porque se identica, porque toca na alma. Porque é  lindo ver e saber que nós somos!

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